sábado, 19 de março de 2011

Hércules

   ORIGEM DO NOME

Hércules (em latim: Hercules) era o nome em latim dado pelos antigos romanos ao herói da mitologia grega Héracles, filho de Zeus e da mortal Alcmena. As antigas fontes romanas indicam que o herói grego "importado" veio substituir um antigo pastor mitológico chamado pelos povos da Itália de Recaranus ou Garanus, e que era famoso por sua força. Enquanto o mito de Hércules incorporou muito da iconografia e da própria mitologia do personagem grego, ele também tinha um número de características e lendas que eram marcadamente romanas.


 Etimologia

O nome latino Hercules não veio diretamente do grego Herakles, mas antes é uma modificação do nome etrusco Hercle, derivado por sua vez do grego via síncope. Um juramento invocando Hércules (Hercle! ou Mehercle!) era uma interjeição comum no latim clássico.[1]

 Personagem

Nas obras de arte romanas e na arte renascentistas e pós-renascentistas que adaptou a iconografia romana, Hércules pode ser identificado por seus atributos, como a pele de leão e a clava: nos mosaicos era mostrado com a pele bronzeada, quase negra, um aspecto considerado viril.[2] Apesar de ser um campeão e um grande guerreiro, Hércules também se utilizava de trapaças e de truques sujos a seu favor. No entanto, tornou-se renomado por ter "deixado o mundo seguro para a humanidade" ao destruir diversos monstros perigosos. Seu auto-sacrifício lhe obteve a ascensão aos reinos do Monte Olimpo, onde recebeu as boas-vindas dos deuses.

 Culto

Na cultura popular, os europeus adotaram o Hercle etrusco, uma figura heroica que já havia sido influenciada pela cultura grega - especialmente nas convenções acerca de sua representação - mas que havia, no entanto, experimentado um desenvolvimento autônomo. O Hercle etrusco aparece nos desenhos elaboradamente entalhados nos versos dos espelhos de bronze etruscos, feitos no século IV a.C., bens sepulcrais muito utilizados por aquele povo. As referências literárias específicas ao herói se perderam, juntamente com toda a literatura etrusca, porém a imagem do Hércules maduro, barbado, sendo amamentado por Uni (Juno para os romanos), registrado num espelho de Volterra, é distintivamente etrusca. Este Hercle/Hercules - o Hercle da exclamação "Mehercle!" - permaneceu uma popular figura de culto entre as legiões romanas. As versões literárias gregas de sua vida e feitos foram apropriadas pelos romanos a partir do século II a.C., essencialmente inalterada, porém a literatura latina sobre Hércules adicionou certos detalhes anedóticos próprios, alguns deles ligando o herói à geografia do Mediterrâneo Ocidental. Detalhes do culto grego, que misturava libações ctônicas e holocaustos não-consumidos, com os serviços olímpicos, foram adaptados para as exigências especificamente romanas, e Hércules acabou se tornando a figura fundadora de Herculano e outros lugares, seu culto tornando-se interligado ao culto imperial, como pode ser visto nos afrescos que sobreviveram no collegium daquela cidade. Seu altar foi datado como sendo do VI ou V a.C., e se localizava próximo ao Templo de Hércules Vencedor. Hércules se tornou popular com mercadores, que costumavam lhe pagar um dízimo de seus lucros.
Marco Antônio se identificava com Hércules, e até mesmo inventou um filho de Hércules, chamado Anton, de quem ele afirmava descender. Em resposta, seu rival, Otaviano passou a se identificar com Apolo.
Alguns imperadores assumiram os atributos de Hércules (como Trajano, enquanto imperadores de períodos posteriores, em especial Cômodo e Maximiano, foram além e frequentemente se identificavam ou se comparavam com ele, patrocinando seu culto. Maximiano se chamava de "Herculius" ("pequeno Hércules"). O culto de Hércules se espalhou pelo mundo romano; no Egito romano descobriu-se no oásis de Bahariya o que se acredita serem as ruínas de um templo do deus.

 Mitos de Hércules

Os romanos adotaram as histórias gregas sobre Héracles essencialmente inalteradas, acrescentando detalhes anedóticos próprios, alguns dos quais ligavam Hércules à geografia do Mediterrâneo ocidental.
Destacam-se dentre estes mitos os famosos doze trabalhos de Hércules:
  1. matar o leão de Nemeia
  2. matar a Hidra de Lerna
  3. capturar o javali de Erimanto
  4. capturar a corça de Cerinéia
  5. expulsar as aves do lago Estínfalo
  6. limpar as estrebarias de Aúgias
  7. capturar o touro de Creta
  8. capturar os cavalos de Diómedes
  9. obter o cinturão de Hipólita, rainha das Amazonas
  10. buscar os bois de Gerião
  11. buscar os pomos de ouro do jardim das Hespérides
  12. capturar o cão Cérbero
Na mitologia romana, Aca Larência foi a amante de Hércules. Casada com Tarúcio, um rico mercador, e, quando este morreu, deu toda a fortuna que o marido lhe deixara para a caridade. Noutra versão do mito, era esposa de Fáustulo.
Na Eneida[4], Virgílio narra um mito sobre Hércules derrotando o monstruoso Caco, que vivia numa caverna sob o Palatino (uma das sete colinas de Roma).

Associações com os germânicos

O historiador romano Tácito registra uma afinidade especial dos povos germânicos por Hércules. No terceiro capítulo de sua obra Germania, escrita em 98 d.C., ele afirma:
"Entre eles existira a memória de Hércules, celebrado, como o primeiro dos heróis, ao marcharem para as pugnas. Têm eles também da mesma forma cânticos, cujos versos, a que chamam 'barito'[5], acendem os ânimos e, de acordo com a nota cantada, auguram a fortuna da luta vindoura; tremem ou se agitam, segundo o que cantam as tropas."[6]
Maças de Hércules do período romano aparecem a partir do século II, espalhando-se por todo o império, incluindo a Britânia Romana[7], a maioria feitos de ouro. Um exemplar descoberto em Köln-Nippes apresenta a inscrição "DEO HER[culi]" ("Ao Deus Hércules"), confirmando a associação com Hércules.
Do século V ao VII, durante o Período das Migrações, teoriza-se que o amuleto tenha se espalhado rapidamente, da área do Elba germânico para toda a Europa. Estas "Clavas de Donar" eram feitas de chifres de cervos, ossos ou madeira e, mais raramente, de bronze e outros metais preciosos. Eram encontrados quase sempre em sepulturas de mulheres, aparentemente vestidas penduradas no cinto, ou como um brinco. Este tipo de amuleto foi substituído durante a era viking pelo Martelo de Thor (Mjölnir), no decorrer da cristianização da Escandinávia ocorrida entre os séculos VIII ao IX.

Arte

As imagens romanas de Hércules baseavam-se nas imagens gregas helenísticas, e são muito diferentes das imagens do deus que aparecem nas pinturas em vasos da Ática. Pelo menos um dos aspectos do Héracles grego não foi adotado pela cultura romana: a sua relação ambígua com a sua patrona/antagonista, Hera.

[editar] Cultura popular
Desde o Renascimento, poucas vezes fez-se a distinção entre Hércules e Héracles; a figura romana acabou assumindo o lugar da grega. Interpretações posteriores da lenda de Hércules o retrataram como um líder sábio e um bom amigo (muitas das adaptações para o cinema e televisão o retratam assim, por exemplo). Sua lenda perdurou, embora frequentemente utilizada para se adequar à moda política do período. O personagem também teve uma influência inegável em diversos personagens da cultura pop moderna, além de ter sido adaptado diversas vezes para televisão, filmes e quadrinhos.Hércules foi o motivo de diversas moedas e medalhas comemorativas, a mais recente delas sendo a célebre moeda austríaca de prata 'Barroca', de 20 euros, lançada em 11 de setembro de 2002; um dos seus lados mostra a Grande Escadaria do palácio do príncipe Eugênio de Savoia, em Viena (atual sede do Ministério das Finanças da Áustria), com diversos deuses e semideuses em seus degraus, entre eles Hércules.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Filmes relacionados com a Mitologia Grega

Aí está uma lista de filmes sobre mitologia grega que eu recomendo a vocês:

1.Percy Jackson e o Ladrão de Raios

2.300

3.Hércules(Disney)

4.Fúria de Titãs

Os Olimpianos (Os Deuses do Olimpo)

Quando Cronos tomou o lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com sua irmã Reia, procriou os primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseídon e Zeus), mas logo os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que um deles o destronasse. Mas Zeus, o filho mais novo, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar do destino e travou uma guerra contra seu progenitor, cujo vencedor ganharia o trono dos deuses.[53] Ao final, com a força dos Cíclopes–a quem libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos e os outros Titãs na prisão do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos.[53] Para a mitologia clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de deuses e deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não antiga [60] - que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os olímpicos não eram os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma variedade de divindades rupestres, como o deus-cabra , as ninfasNáiades (que moravam nas nascentes), Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que habitavam o mar) —, deuses de rios, Sátiros e outras divindades que residiam em florestas, bosques e mares. Além dessas criaturas, existiam no imaginário grego seres como as Erínias (ou Fúrias) (que habitavam o submundo), cuja função era perseguir os culpados de homicídio, má conduta familiar, heresia ou perjúrio.[61]
Para honrar o antigo panteão grego, compôs-se os famosos hinos homéricos (conjunto de 33 canções).[36] Alguns estudiosos, como Gregory Nagy, consideram que os hinos homéricos são simples prelúdios, se comparado com a Teogonia, onde cada hino invoca um deus.[62] No entanto, os deuses gregos, embora poderosos e dignos de homenagens como as presentes nestes hinos, eram essencialmente humanos (praticavam violência, possuíam ciúme, coléra, ódio e inveja, tinham grandezas e fraquezas humanas), embora fossem donos de corpos físicos ideais.[63] De acordo com o estudioso Walter Burkert, a definição para essa característica do antropomorfismo grego é que "os deuses da Grécia são pessoas, e não abstrações, idéias ou conceitos".[64] Independentemente de suas formas humanas, os deuses gregos tinham muitas habilidades fantásticas, sendo as mais importantes: ter a condição de ser imúne a doenças, feridas e ao tempo; ter a capacidade de se tornar invisível; viajar longas distâncias instantaneamente e falar através de seres humanos sem estes saberem. Os gregos consideravam a imortalidade — que era assegurada pela alimentação constante de ambrosia e pela ingestão de néctar — como a característica distintiva dos deuses.[63][65]
 
Cada deus descende de uma genealogia própria, prossegue interesses próprios, tem uma certa área de especialização, e é regido por uma personalidade singular; no entanto, essas descrições surgem a partir de uma infinidade de locais arcaicos variantes, que não coincidem sempre com elas. Quando esses deuses eram aludidos na poesia, na oração ou em cultos, essas práticas eram realizadas mediante uma combinação de seus nomes e epítetos, que os identificavam por essas distinções do resto de suas próprias manifestações (e.x. Apolo Musageta era "Apolo, [como] chefe das Musas").
A maioria dos deuses foram associados a aspectos específicos de suas vidas: Afrodite, por exemplo, era deusa do amor e da beleza, Ares era deus da guerra, Hades o deus da morte, e Atena a deusa da sabedoria e da coragem.[66] Certos deuses, como Apolo e Dionísio, apresentam personalidades complexas e mais de uma função, enquanto outros, como Héstia e Hélios, revelam pequenas personificações. Os templos gregos mais impressionantes tendiam a estar dedicados a um número limitado de deuses, que foram o centro de grandes cultos panhelênicos.[66] De maneira interessante, muitas regiões dedicavam seus cultos a deuses menos conhecidos e muitas cidades também honravam os deuses mais conhecidos com ritos locais característicos e lhes associavam mitos desconhecidos em outros lugares.[66] Durante a era heróica — que veremos na próxima sub-seção — o culto dos heróis (ou semi-deuses) complementou a dos deuses e ambas as criaturas se fundiram no imaginário da Grécia.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Medusa




Medusa (em gregoΜέδουσαMédousa, "guardiã", "protetora"[1]), na mitologia grega, era um monstro ctônico do sexo feminino, uma das três Górgonas. Filha de Fórcis e Ceto[2] (embora o autor antigo Higino[3] interpole uma geração e cite outro casal ctônico como os pais da Medusa),[4] quem quer que olhasse diretamente para ela era transformado em pedra. Ao contrário de suas irmãs Górgonas, Esteno eEuríale, Medusa era mortal;[5] foi decapitada pelo heroi Perseu, que utilizou posteriormente sua cabeça como arma,[6] até dá-la para a deusaAtena, que a colocou em seu escudo aegis que foi dado por seu pai Zeus. Na Antiguidade Clássica a imagem da cabeça da Medusa aparecia no objeto utilizado para afugentar o mal conhecido como Gorgoneion.As três irmãs Górgonas - Medusa, Esteno e Euríale - eram filhas das antigas divindadesmarinhasFórcis (Phorkys) e sua irmã, Ceto (Keto), monstros ctônicos de um mundo arcaico. Sua genealogia é partilhada com outro grupo de irmãs, as Greias, como é explicado na obraPrometeu Acorrentado, de Ésquilo, que situa ambos os trios de irmãs num lugar longínquo, "a terrível planície de Cistene":
"Lá perto delas suas três irmãs feiosas, as Górgonas, aladas
Com cobras no lugar de cabelo — odiavam o homem mortal —"
Enquanto os antigos artistas gregos, ao pintar vasos e gravar relevos, imaginavam a Medusa e suas irmãs como tendo nascido com uma forma monstruosa, os escultores e pintores do século V a.C. passaram a visualizá-la como sendo bela, ao mesmo tempo que aterrorizante. Numa odeescrita em 490 a.C.Píndaro já falava da "Medusa de belas bochechas".[7]
Numa versão posterior do mito da Medusa, relatada pelo poeta romano Ovídio,[8] a Medusa teria sido originalmente uma bela donzela, "a aspiração ciumenta de muitos pretendentes", sacerdotisa do templo de Atena. Um dia ela teria cedido às investidas do "Senhor dos Mares", Poseidon, e deitado-se com ele no próprio templo da deusa Atena; a deusa então, enfurecida, transformou o belo cabelo da donzela em serpentes, e deixou seu rosto tão horrível de se contemplar que a mera visão dele transformaria todos que o olhassem em pedra. Na versão de Ovídio, Perseu descreve a punição dada por Atena à Medusa como "justa" e "merecida".

[editar]Morte

Na maioria das versões do mito, enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada pelo heroi Perseu, que havia recebido do rei Polidetes de Sérifo a missão de trazer sua cabeça como presente. Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e de Hades, que lhe deu um elmo de invisibilidade, uma espada e um escudo espelhado, o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e o gigante douradoCrisaor.

Na Odisseia Homero não menciona a Medusa especificamente pelo nome:[10]Para a acadêmica britânica Jane Ellen Harrison, a "potência [da Medusa] somente se inicia quando sua cabeça é cortada, e aquela potência se encontra na cabeça; ela é, noutras palavras, uma máscara com um corpo acrescentado posteriormente a ela... a base do Gorgoneion é um objeto de culto, uma máscara ritual mal-compreendida."[9]
"A menos que por minha ousadia Perséfone, a terrível,
Do Hades envie uma pavorosa cabeça de um monstro horrível."

Ainda para Harrison, "a Górgona teria nascido do terror, e não o terror da Górgona."[9]
De acordo com Ovídio, no Noroeste da África, Perseu teria voado pelo titã Atlas, que segurava o céuem seus ombros, e o transformado em pedra. Os corais do Mar Vermelho teriam sido formados pelosangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou e se casou com a princesa Andrômeda. As víborasvenenosas que infestam o Saara também foram citadas[11] como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue.
Algumas referências clássicas se referem às três Górgonas; Harrison considerava que o desmembramento da Medusa num trio de irmãs seria um aspecto secundário do mito:Perseus voou então para Sérifo, onde sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis.
"A forma tripla não é primitiva, é apenas um exemplo de uma tendência geral... que faz de cada deusa uma trindade, o que nos deu as Horas, as Cáritas, as Semnas, e diversas outras tríades. Parece imediatamente óbvio que as Górgonas não são realmente três, mas sim uma + duas. As duas irmãs que não foram mostras são meros apêndices existentes pelo costume; a Górgona verdadeira é a Medusa."[9]

[editar]Interpretações modernas


Em 1940, a obra Das Medusenhaupt (A Cabeça da Medusa), de Sigmund Freud, foi publicada postumamente. Este artigo preparou o terreno para a construção de um significativo corpo de críticas envolvendo o monstro mitológico. A Medusa é apresentada como "o supremo talismã, que fornece a imagem da castração - associada na mente da criança à descoberta da sexualidadematernal - e sua negação."[12][13] Os psicanalistas continuam a fazer esta crítica literária arquetípica até os dias de hoje; Beth Seelig analisa a punição da Medusa a partir do aspecto do crime de ter sido "estuprada" no templo da deusa Atena, no lugar de ter consentido voluntariamente, como um desenvolvimento dos próprios conflitos não-resolvidos da deusa com o seu pai, Zeus.[14][editar]
Psicanálise

[editar]Feminismo

No século XX as feministas reexaminaram as aparições da Medusa na literatura e na cultura modernas, incluindo o seu célebre uso como logotipo feito pela empresa italiana de modaVersace.[15][16][17] O próprio nome "Medusa" é frequentemente utilizado de maneiras não ligadas diretamente à figura mitológica, mas sim de modo a sugerir as habilidades da Górgona ou para indicar malevolência; apesar dos mitos que a citam como um ícone de beleza, o nome passou a designar, em seu uso comum, um monstro.[18] De acordo com Mary Valentis e Anne Devane, no livro Female Rage: Unlocking Its Secrets, Claiming Its Power: "Quando perguntamos às mulheres que aspecto a ira feminina tinha para elas, era sempre Medusa, o monstro com cabelos de cobra do mito, que vinha à mente... Em todas as entrevistas ouvíamos que a Medusa é 'a mulher mais horrível do mundo'... [embora] nenhuma das mulheres entrevistadas conseguisse se lembrar dos detalhes do mito."[19]

[editar]O semblante da Medusa foi adotado como um símbolo da ira feminina; uma das primeiras publicações a expressar esta ideia foi uma edição de 1978 da publicação Women: A Journal of Liberation, cuja capa mostrava a imagem de uma Górgona, que os editores explicavam que "pode ser um mapa para nos guiar por nossos terrores, pelas profundezas de nossa ira, até a fonte de nosso poder enquanto mulheres."[19] Num artigo de 1986 da revista Women of Power chamado "Ancient Gorgons: A Face for Contemporary Women's Rage," Emily Erwin Culpepper escreveu que "a face da Górgona amazona (sic) é a fúria feminina personificada. A imagem da Górgona/Medusa foi rapidamente adotada por uma grande quantidade de feministas, que a reconhecem como a face única de sua própria fúria."[19]

Simbolismo

Aegis é o nome do escudo da deusa Atena, o qual tem a Górgona,[20] e que viria originar o nome em português de Égide, que significa precisamente “escudo”.
As gravuras da Górgona Medusa que decoravam os telhados dos templos gregos tinham como objectivo assustar os maus espíritos. As mais famosas dessas gravuras encontravam-se nos frontões do Templo de Ártemis (a quarta maravilha do Mundo Antigo) na ilha de Éfeso.[21]
Algumas das taças de vinho atenienses nos meados do século VI a.C. apresentavam o seguinte aspecto: cerca da berma, no interior da taça, desenhavam-se cachos de uvas, não deixando dúvidas que naquela taça se servia apenas vinho; já perto do fundo, estão desenhadas em todo o contorno umas figuras negras de rapazes nus a servirem vinho aos convidados, enquanto que na base da taça, estava estampado o símbolo da Górgona, ou seja, quem bebesse por essas taças, no momento em que o vinho chegasse a um nível onde que era permitido poder-se ver as figuras negras, os servidores desnudados, significava que a taça necessitava de ser enchida; a cabeça da Górgona depositada no fundo, seria uma mensagem humorística que indicava ao convidado manter a taça do vinho sempre cheia durante a festa, caso contrário, viria a figura da Górgona desvendada e seria transformado em pedra.[